História

“Tinha acabado o curso e com o dinheiro poupado em alguns trabalhos comprei uma maquina de costura e dois rolos de tecido. O meu Pai, que apesar de me querer ver de fato e gravata nalguma construtora, deu-me um enorme incentivo. Alugou um espaço, como se vê no logo, na Rua Eng, Frederico Ulrich, na Maia. O acordo era o seguinte: Pagava a renda durante um ano. Se ao fim desse ano fosse capaz de continuar o negócio, ficava por minha conta. Se não, fechava e procurava emprego como engenheiro. As primeiras velas que fiz foram de Windsurf. A seguir estas de Snipe. Queria ter a certeza de que todas saiam exatamente iguais. Tinha de arranjar moldes. Procurei material e recomendaram-me umas placas de plástico duro com 2mm de espessura. Comprei com o pouco que me sobrava na conta. Chegado à velaria percebi que afinal para as cortar à tesoura ia ser quase impossível.... Mas não tinha alternativa, era aquilo, ou aquilo…. Foi uma semana dura. Às tantas as bolhas que foram nascendo nas mão rebentaram e já sangrava. Mas antes sofrer das mãos do que do orgulho. Tinha que mostrar que era capaz. Ainda hoje, quando olho para as nossas velas de Snipe, me lembro daquela tesoura negra e do plástico amarelo...”